Honra e Dever


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Esta Associação nasceu no dia 15 de Fevereiro de 1942, por iniciativa de um grupo de dezassete jovens da Freguesia de Vilar, que decidiram ocupar os seus tempos livres a trabalhar no teatro amador. Esta, era uma forma de divertirem a população e ao mesmo tempo, ajudar os mais pobres, com as receitas dos espetáculos. Estas, eram as ideias principais, (com preocupações sociais) que muito agradaram à população de Vilar.

Os fundadores, deram o nome de “Grupo Dramático, Recreativo e Beneficente Honra e Dever”, que se manteve até ao ano de 1960, (ano da legalização e aprovação dos estatutos), obtendo assim ordem jurídica para o nome atual. A primeira sede, foi num prédio alugado no Largo do Padrão em Vilar, local de encontro dos amigos.

Como não existia sala de espetáculos, o Grupo chegou a um acordo com o proprietário de um barracão junto da estação da freguesia de Modivas. Após muito trabalho e dedicação dos dirigentes, estes conseguiram transformar o barracão num improvisado salão de espetáculos, podendo receber muitas pessoas. Passados quatro meses, o Grupo de teatro apresentou o primeiro espetáculo com o drama: "A Morte Civil". O êxito foi tão grande, que cada vez mais pessoas de Vilar e de freguesias vizinhas ocorriam para ver o espetáculo e aplaudirem os atores amadores do «Honra e Dever». O último espetáculo foi no dia 1 de Agosto de 1942, dado que houve um pequeno incêndio no palco durante a representação, o que alarmou os espetadores. As autoridades acabaram por encerrar o salão improvisado, destruindo assim o sonho que todos tinham naquele espaço recreativo.

Apesar deste contratempo, os dirigentes não desanimaram e passados seis meses voltaram às lides da "Arte de Talma", apresentando a opereta: "A Flor Campestre", num salão improvisado no Lugar da Carrapata. A população retribuiu com aplausos e muita admiração o esforço que todos fizeram para a realização do espetáculo.

Este salão e outro na Carrapata eram de reduzidas dimensões e por esse motivo, o Grupo «Honra e Dever», foi convidado a apresentar no Concelho da Maia, Matosinhos e em Vila do Conde, o drama: "A filha do Cabinda". Em Maio, do ano de 1945, apresentou em Vilar do Pinheiro, o drama histórico: “O Cavaleiro de Alcácer-Quibir", sendo muito apreciado pelo público e considerado um exame perfeito aos amadores do «Honra e Dever». No ano de 1946, foi também apresentado na Maia o drama:“660 segredo do pescador", encenado pelo prestigiado sócio, Amaro Correia de Campos.

Em Abril de 1947, as representações de teatro do Grupo «Honra e Dever», passaram a ser apresentadas num espaço de arrecadação agrícola na Carrapata. Os fundadores transformaram esse espaço num salão improvisado em que o povo logo apelidou de: "Rentini". Nesse local, a população de Vilar e arredores passaram horas de muita alegria, esquecendo por momentos as dificuldades que muitas famílias tinham de enfrentar. Foi apresentado, o drama: "O pescador de pérolas" e "Vilar em progresso", onde se cantou Vilar, como terra bonita pela voz da solista Vilarense, Alzira Oliveira, tendo como autor o sócio fundador: José Marques. Este fundador, também escreveu a revista "Viva a paródia", apresentada no salão "Rentini" em Dezembro do ano de 1947. Esta “revista”, percorreu várias freguesias do concelho de Vila do Conde, contabilizando um total de 21 espetáculos. Também se cantou Vilar e o Grupo "Honra e Dever”, parodiou situações caricatas e os espetadores manifestavam-se com muito riso e alegria.

Em Junho de 1948, foi apresentado pela primeira vez o drama: "Amor de perdição" do consagrado escritor, Camilo Castelo Branco e encenado pelo sócio, Amaro Correia de Campos. A última vez, que o «Honra e Dever» levou ao palco a peça: "Amor de perdição" foi em Maio de 1980, totalizando 55 representações. Foi representado, em muitas freguesias do concelho. Devido ao excelente desempenho de todos os atores e atrizes, este drama foi considerado a "coroa de glória" do «Honra e Dever».

É de referir, ainda que, a partir de Maio de 1950, a freguesia de Vilar passou a ter uma casa de espetáculos na estação de Modivas, por iniciativa de dois investidores particulares. O Grupo «Honra e Dever», deixou os salões improvisados, que também serviam de sede do Grupo, passando a dar os seus espetáculos no novo salão designado por: “Teatro de Vilar”, com excelentes condições para todos.

Para além dos acima indicados, falta referir: "O titular assassino", "As pupilas do senhor Reitor", "O poder do Ouro", "Duas Causas", "Sílvio, o Cigano", "Os doidos com juízo" "O Mercador de Veneza", "Ressonar sem dormir", "Falar verdade a mentir", "Morte no Bairro" e "A fabulosa história europeia do El candidato". Todas estas, foram muito aplaudidas e elogiadas. Até à presente data, a Associação «Honra e Dever», levou à cena cerca de duas centenas e meia de espetáculos.

Como foi referido no início, os lucros obtidos foram distribuídos pelos mais necessitados da freguesia e por alguns atores doentes. Também participaram com espetáculos a favor de entidades religiosas e outras de cariz social. Assim, foi construído o caminho do "Honra e Dever", cumprindo os ideais dos fundadores e dos dirigentes da coletividade.

Esta Associação, também promoveu muitas festas populares e criou uma biblioteca para os seus associados poderem aceder aos livros, contribuindo deste modo, para a divulgação da cultura.

Em Fevereiro de 1947, a Direção do Grupo «Honra e Dever», prestou uma grande Homenagem a “Albino Moreira” (benemérito da freguesia), por ter legado uma escola primária a Vilar, em Junho de 1963. Também, prestaram homenagem ao sócio honorário e Vereador: António da Costa e Silva.

De Janeiro de 1959 a Dezembro de 1991 o «Honra e Dever», teve a sua sede na Rua da Carrapata, num prédio alugado e aí viveram-se muitas alegrias. Com a chegada da televisão e do "25 de Abril", abriram-se novos horizontes, acabando por ser a sede da Associação um local de encontro e um grande polo dinamizador em Vilar, muito procurado por jovens de freguesias vizinhas que se inscreviam como associados desta Associação.

Para o sucesso desta coletividade, muito contribuíram os fundadores: José Marques, Serafim Mendes, Joaquim Silva e muitos associados de várias classes sociais, que sem vacilar, deram tudo o que podiam. O «Honra e Dever», também contou com os grandes amigos: o Poeta carpinteiro, Joaquim Moreira da Silva, que escreveu o Hino do «Honra e Dever» e versos à Bandeira, e o seu filho, (escritor e poeta), Alberto Moreira, que além de oferecer os seus livros para a biblioteca, participava ativamente nos eventos culturais e comemorativos da associação. Os seus conhecimentos culturais, sobre o associativismo eram partilhados com todos os associados, que o ouviam com muita atenção e agrado.

O maior sonho dos fundadores, era que a Associação «Honra e Dever» tivesse instalações próprias para a sua sede e um salão de espetáculos. Com o apoio da Câmara Municipal de Vila do Conde e o trabalho voluntário de muitos associados e amigos, foi possível erguer o edifício para a sede, inaugurado no ano de 1992 aquando das comemorações das Bodas de Ouro desta Instituição. Passados três anos, inaugurou-se o salão de espetáculos para contentamento de todos os associados, mas em especial do fundador Sr. José Marques, que esteve sempre à frente dos trabalhos com muita dedicação e empenho na construção de todo o edifício, que é de grande utilidade para a freguesia de Vilar.

Entre o ano de 1996 a 2006, desenvolveram a modalidade de Ténis de Mesa, inscrevendo vários jovens, que acabaram por conquistar excelentes qualificações e títulos para a Instituição.

Maioritariamente, a população de Vilar e também de Mosteiró, sabem que o «Honra e Dever» motiva a concórdia e o respeito. Têm colaborado com todas as instituições religiosas e sociais, partilhando muitos espetáculos com todos os residentes da freguesia. O atual Presidente e a restante Direção, são os garantes dos anseios dos seus associados e de todos que dão a honra da sua visita. Atualmente têm as seguintes atividades: Grupo Coral, Grupo de Dança, Danças de salão, Aulas de Karaté, bem como, campo de férias para jovens e crianças.

Em Fevereiro de 2017, comemoraram-se as Bodas de Diamante da Associação Cultural e Recreativa «Honra e Dever» e uma vez mais, foi uma grande festa associativa. Todos os fundadores, foram lembrados e homenageados. Também, foi editado o livro «Honra e Dever» - 75 anos de história. Este, retrata a história mais desenvolvida desta prestigiada coletividade.





Comemorações do 75º Aniversário - Algumas fotos






Atribuição da medalha de mérito Municipal em 24/06/2017




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